domingo, 8 de fevereiro de 2009

Agroecologia para vencer a crise

Durante o FSM 2009, produtores familiares, pesquisadores e ativistas sociais latino-americanos defenderam a agroecologia na luta contra a crise mundial de alimentos.

05/02/2009
- A crise mundial de alimentos, conseqüência da alta internacional dos preços, já é uma realidade que aflige cerca de 1,1 bilhão de pessoas em pelo menos 36 países, segundo contas da Organização das Nações Unidos para a Agricultura (FAO). De olho no desafio de resolver estruturalmente o problema, participantes do Fórum Social Mundial (FSM 2009) defenderam a multiplicação de práticas agroecológicas, em escala global, a partir da revalorização dos saberes ancestrais aliada à ciência e à modernidade.

Será um longo caminho, defenderam os participantes da mesa “Agroecologia na América Latina”. Atiçado pela chamada Revolução Verde, que propagou a agricultura intensiva baseada no uso de insumos químicos e grandes monoculturas a partir da década de 60, o planeta passou a testemunhar a substituição da agricultura familiar, baseada na auto-suficiência alimentar e nos mercados locais, pela grande agroindústria orientada para a monocultura de produtos de exportação. Assim, passou a ser cada vez maior o número de pessoas a serem alimentadas por um número cada vez menor de produtores e fornecedores de sementes, o que teria gerado um descompasso entre a evolução dos sistemas agrícolas e quem efetivamente vive no campo. "O que a Revolução Verde fez foi interromper o processo de inovação no nível local", diz Paulo Peter, da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA).

Para os palestrantes, a solução está longe de ser simples, mas passa pela construção de um modelo agrícola com maior biodiversidade alimentar e independente de insumos não renováveis ligados ao petróleo. O fortalecimento da agricultura familiar e a adoção de novas práticas baseadas na produção agroecológica também serão necessários, assim como o avanço do consumo consciente e a reestruturação do cardápio em favor de alimentos produzidos pelos princípios do comércio justo. Isto é, economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos.

"A agroecologia tem uma grande oportunidade diante da crise porque acreditamos num modelo múltiplo, diverso e adaptado às culturas locais", acredita Felipe Inigues, do Movimento Latino Americano de Agroecologia (Maela), que reúne mais de 200 associações de 21 países. Isto não significa, contudo, que basta apostar na produção orgânica. "A diversificação é fundamental para a segurança alimentar de quem vive no campo. Não basta ser orgânico se for monocultura”, completa.

Quem concorda é o produtor Roberto Ramires, que representou a Associação de Agricultura Agroecológica da Bolívia durante o FSM. A organização, que reúne 30 mil produtores, aposta em um tripé: alimentos saudáveis e diversos, valorização do homem do campo e resgate das culturas locais com inclusão social. "Esse modelo tecnológico não serve para nós. O mundo precisa entender que os pequenos produtores não são marionetes nem são os cientistas os únicos seres pensantes", afirmou.

Sistematização

Para reafirmar o papel dos agricultores como geradores de conhecimento e inovação, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) aposta na sistematização das experiências que já existem. Segundo a representante da ANA, Maria Emília Pacheco, isso inclui o mapeamento de soluções técnicas e sócio-organizativas capazes de promover a eficiência econômica e a sustentabilidade ecológica dos agroecossistemas. “Precisamos intensificar o intercâmbio de experiências inovadoras, mas é igualmente importante sistematizar essas experiências”, afirma.

Até o momento, a ANA já identificou mais de mil iniciativas em todo o país, incluindo áreas como o manejo de recursos hídricos e de criação animal, bancos de semente e sistemas agroflorestais, entre outros.

Diálogo de saberes

O professor e membro da Sociedade Científica Latino-Americana de Agroecologia (Socla), Walter Priosti, reconhece a necessidade de revalorização dos conhecimentos tradicionais em agroecologia, mas defende também maior participação das universidades no desenvolvimento e difusão de tecnologias e práticas direcionadas ao segmento. "Devemos ter cuidado com o perigo que é negar o papel da ciência nesta luta, até porque a ciência produzida para o pequeno e médio produtor é diferente dessa ciência que resultou na Revolução Verde", argumenta Priosti.

Segundo ele, esta aliança é cada vez mais necessária diante da perversidade gerada pela própria Revolução Verde. É que os sistemas alternativos, diz, tendem a ficar cada vez mais restritos a ambientes hostis, justamente aqueles pelos quais a grande indústria não mostra interesse diante das dificuldades de cultivar. “Isso demanda a geração e difusão de novos conhecimentos. Os sistemas alternativos têm a capacidade de dobrar ou triplicar a produção mundial de alimentos, mas para isso precisamos somar esforços”, completa.

Se depender da Socla, diz, não faltará apoio. Segundo Priosti, já há centros de pesquisa em Agroecologia articulados em países como Brasil, Venezuela, Argentina, Bolívia, Peru e Equador. "E este ano começará o doutorado na Universidade Nacional da Colômbia", completa.

Quem também concorda com a necessidade de um novo diálogo entre produtores e pesquisadores é Paulo Peter, da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA). "Não adianta mudar técnicas sem mudar os procedimentos de geração do conhecimento. Por isso falamos na ABA em práticas sociais de construção de conhecimento", diz. Isso implica, segundo ele, em alterar as lógicas de apropriação de conhecimento no nível local. "A ciência muitas vezes se coloca como monopolista do saber. Pesquisa participativa não é o agricultor ir até a universidade. É o contrário", defende.

Para chegar lá, contudo, é imprescindível conhecer os atores dispostos a se engajar nessa nova frente de inovação, avisa Peter. A ABA já mapeou 70 iniciativas de ensino em agroecologia no Brasil, da extensão ao doutorado. Até novembro, ABA e Socla devem concluir também um mapeamento dos espaços de pesquisa em agroecologia em toda a América Latina. “Precisamos nos conhecer melhor. Sem luta, não há vitória”, completa Felipe.

Por Vinícius Carvalho, jornalista do Portal da RTS

Tecnologia Social para um novo mundo

Mais de 40 pessoas, com as mais variadas formações, debateram no Fórum Social Mundial o papel das Tecnologias Sociais para a construção de um planeta mais justo e solidário.

04/02/2009 - Estudantes, filósofos, geógrafos, assistentes sociais, economistas, comunicadores, educadores, sociólogos e engenheiros estiveram entre os participantes das duas oficinas organizadas pela RTS no Fórum Social Mundial (FSM), em Belém (PA). O objetivo foi debater o papel das Tecnologias Sociais (TSs) para a construção de um novo modelo de desenvolvimento, bem como aproximar os participantes das ações de difusão e reaplicação de TSs no âmbito da Rede.

Segundo definição pactuada no âmbito da RTS, Tecnologias Sociais são “produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social”. Durante as oficinas, o conceito foi discutido à luz do papel das universidades e do Estado diante do atual modelo de produção técnico-científica e da necessidade de valorização dos conhecimentos tradicionais e comunitários como instrumentos efetivos de geração de conhecimento e inovação.

“As universidades ainda têm estruturas muito rígidas e é preciso aproximar os universitários destas experiências comunitárias. O conhecimento é um direito e precisamos fazer esta afirmação aqui, muito claramente, tendo como referência a relação das ciências com a própria democracia”, defendeu o filósofo argentino Oscar Vallejos, que ensina Ciência, Tecnologia e Sociedade na universidade de Santa Fé (Argentina). “A Tecnologia Social não é um conceito bem entendido, sobretudo na Argentina, e acredito que também possa ser um caminho para nosso país”, acrescentou.

Desenvolvida pelo Pólo de Proteção da Biodiversidade e Uso Sustentável dos Recursos Naturais (Poloprobio), a experiência do projeto Encauchados Vegetais da Amazônia foi apresentada durante a oficina como exemplo de como os saberes populares e científicos podem caminhar juntos em favor da inclusão social. A tecnologia, que recupera técnicas indígenas de fabricação da borracha, baseia-se na produção de um composto com a utilização do látex extraído pelos seringueiros com fibras vegetais como a embaúba e o algodoeiro. O látex é aquecido de forma controlada, com a adição de substâncias naturais coagulantes. Para estabilizar o látex, é usada uma mistura de água com cinzas, recolhidas de fornos, fogão e roçados. O resultado desse processo é o chamado "encauchado", atualmente produzido em diversas comunidades da Amazônia para complementar a renda de assentados, caboclos e ribeirinhos. “Sem o conhecimento deles, jamais teríamos tido sucesso”, lembra o professor e coordenador do projeto, Francisco Samonek.

“O problema não é só a apropriação da tecnologia. Quem a produz e para quem ela é feita? São questões que temos de nos fazer”, defendeu Lais Fraga, da incubadora de empreendimentos populares da Unicamp. Ela também deu exemplos de como é possível estreitar o diálogo entre a realidade comunitária e a pesquisa acadêmica. Uma parceria entre o CNPq, a incubadora e um arquiteto permitiu a criação de uma mesa adequada ao processo de triagem de material reciclável. A partir das demandas colocadas pelos próprios catadores, foi desenvolvida uma mesa ajustável em relação a altura, inclinação, mobilidade e tipo de resíduo. “Pedimos o material para construir a mesa, não uma mesa pronta. Isso faz toda a diferença quando você considera as necessidades dos próprios empreendimentos”, explicou. Hoje há oito mesas do tipo para cada empreendimento de reciclagem atendido pela incubadora.

O que deve estar em jogo em qualquer caso, segundo o educador social Luiz Carlos Favaron, é a apropriação de um modelo tecnológico que não sirva apenas aos interesses do mercado, o que muitas vezes significa excluir do processo de desenvolvimento técnico e científico todos aqueles que não conseguem se enquadrar como “consumidores de inovação”. “Entendo a Tecnologia Social como aquela em favor da coletividade, em nome da paz, do bem estar coletivo e do desenvolvimento humano. É outra tecnologia que não esta que está aí. Até que ponto queremos ir na raiz das desigualdades ou ficar na superficialidade das coisas?”, disse.

Como Favaron, a pedagoga Euzeni Nunes ficou sabendo da oficina da RTS por meio da programação geral do FSM. Ela integra o Núcleo de Tecnologia da Informação da Universidade Federal do Pará: “Já conhecia o tema, mas não a Rede. Vai ser muito bom ver como diferentes pessoas e instituições trabalham com a questão”, disse.

RTS

Fundada em 2005, a Rede de Tecnologia Social (RTS) viu saltar de 30 para 640 o número de instituições associadas. Com vistas a fazer valer esta capilaridade e criar efeitos demonstrativos capazes de levar à adoção de Tecnologias Sociais como políticas públicas, a RTS aposta este ano no fortalecimento da articulação em rede e na convergência institucional para garantir escala à reaplicação de TSs geradoras de trabalho e renda.

Segundo a secretária executiva da RTS, Larissa Barros, um primeiro passo para assegurar o êxito desta multiplicação é entender, desde o início, a diferença entre os conceitos de reaplicação e replicação. “A Tecnologia Social não é uma cópia. No processo de reaplicação ela precisa ser recriada e ajustada pelas comunidades”, explica.

Durante a oficina, a importância de respeitar as peculiaridades e potencialdiades locais foi realçada por diversos participantes. “Já participei de projetos de TSs que não deram certo porque muitas vezes a solução já chegava pronta”, lembra Cláudio Costa de Araújo, que trabalha com a integração de sistemas produtivos de pequena escala na Amazônia.

De acordo com Larissa, o desafio agora é consolidar a dinâmica de rede e envolver o maior número possível de instituições nos debates sobre os rumos da própria RTS. “Temos, na Rede, universidade, movimentos sociais, governos, empresas. Essa cultura da aproximação não é simples e demanda muito diálogo”, avalia. Entre as ações prioritárias para esta articulação, avisa, está a organização de momentos presenciais em que representantes das instituições associadas à RTS possam se conhecer e trocar mais diretamente conhecimentos e experiências.

Além de encontros pontuais nos estados, Brasília sediará, em abril, o II Fórum Nacional da RTS. Com caráter consultivo e propositivo, o resultado das discussões no Fórum orientará o planejamento, as diretrizes e resultados esperados para o biênio 2009-2010. Outra ação realizada ao longo do ano para estreitar a relações entre as instituições está na reestruturação do Portal, que teve a contratação de um novo jornalista e de uma nova equipe para a administração do site. “Isso sem falar na comunidade virtual, que já é um espaço que as pessoas podem se apropriar para trocar experiências e se conhecer melhor”, diz Larissa.
Certo, avisa a secretária, é que o tema vem ocupando cada vez mais espaço: “Evidência disto é que o tema do próximo Congresso do Fórum de Pró-Reitores de Extensão Universitária (Forproex) será justamente ‘Inclusão Social e Tecnologia Social’. Estamos avançando e quanto mais gente interagir, melhor”.

Por Vinícius Carvalho, jornalista do Portal da RTS

Abertas inscrições para Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social

Além das tradicionais categorias regionais, quinta edição do prêmio abre espaço para as categorias "Participação das mulheres na gestão de projetos sociais", "Gestão de Recursos Hídricos" e "Direitos da criança e do adolescente e protagonismo juvenil".

04/02/2009 - O lançamento da 5ª edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social ocorreu durante a programação do Fórum Social Mundial (FSM), que terminou no dia 1º, em Belém, com atividades concentradas nos campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) e da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

O Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social chega à quinta edição abrindo espaço para as categorias "Participação das mulheres na gestão de projetos sociais", "Gestão de Recursos Hídricos" e "Direitos da criança e do adolescente e protagonismo juvenil", além das tradicionais, uma para cada região do país.

Lotando o auditório da Reitoria da UFPA, o evento de lançamento contou com a presença de Zélia Damasceno, da oscip Poloprobio, do Acre, Arildo Mota, da Unisol Brasil, Janice Dias, da Petrobras, João Batista, da Superintendência do Banco do Brasil do Pará e do Amapá, Jacques Pena, presidente da Fundação Banco do Brasil, além de outros técnicos da entidade. "O Fórum é um espaço privilegiado para divulgarmos, já que estamos falando de forma direta com os maiores interessados", disse Jacques Pena.

Realizada a cada dois anos, com a parceria da Petrobras, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e da KPMG Auditores Independentes, a premiação tem como objetivo identificar, certificar, premiar e difundir Tecnologias Sociais. O conceito compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade, que representem soluções efetivas de transformação social. As inscrições serão realizadas apenas via internet www.tecnologiasocial.org.br, até o dia 29 de maio.

Os nomes dos vencedores serão conhecidos em novembro e cada um receberá R$ 50 mil, que devem ser destinados à expansão e melhoria dos processos e técnicas inscritos no concurso.

Norte e Centro-Oeste

O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, revelou que o desafio desta edição é conseguir ampliar o número de inscrições oriundas das regiões Norte e Centro-Oeste. "Há muita coisa sendo feita por grupos destas regiões do país que ainda não conseguimos identificar. Precisamos conseguir chegar até eles para que possam se inscrever e participar", afirma.

De 2001 a 2007, a região Sudeste inscreveu 971 projetos; a região Nordeste, 585; a região Sul, 532; o Centro-Oeste, 250 e o Norte, 159.

O projeto Encauchados de Vegetais da Amazônia, do Acre, vencedor do Prêmio, em 2007, é um exemplo do potencial da região Norte de gerar Tecnologias Sociais. A iniciativa recupera a tecnologia indígena de fabricação dos encauchados, lâminas de tecido emborrachadas com o "leite" da seringa.

No processo, o látex não é coagulado nem defumado, mas concentrado por meio da secagem pela evaporação na temperatura ambiente. A essa técnica soma-se o conhecimento científico, para realização de um acessível processo artesanal de pré-vulcanização e mistura manual de fibras vegetais ao látex. A tecnologia não utiliza energia elétrica, máquinas ou estufas, além de agregar valor à base produtiva, gerando renda e qualidade de vida aos seringueiros.

Reaplicação

"O Prêmio nos abriu muitas portas. Além do selo de Tecnologia Social, o número de unidades implantadas pelo projeto na Amazônia subiu de 16 para 29 com a parceria da Petrobras e do Sebrae", comemora Zélia Damasceno, coordenadora pedagógica do projeto.

No auditório da UFPA, durante o evento de lançamento, ela apresentou uma das multiplicadoras da Tecnologia Social. "Antes, ela era apenas dona de casa - uma ótima dona de casa e mãe. Mas, hoje, é também uma coordenadora de pintura em sua comunidade", orgulha-se.

Arildo Mota, da Unisol Brasil, destacou a importância do investimento social em cadeias produtivas, do início ao fim, além das parcerias institucionais para o investimento em novas e velhas tecnologias. "Muitas vezes, isso significa apenas recuperar antigos hábitos alimentares e culturais, respeitando o meio ambiente", acredita.

João Batista, da Superintendência do BB do Pará e do Amapá, falou sobre a importância da estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil de investir em todas as etapas de cadeias produtivas, junto a agentes de desenvolvimento local, para geração de trabalho e renda em todo o país. "Coisas muito simples podem se tornar tecnologias e fazer a diferença para muitas pessoas", completa.

Reconhecimento

Outro exemplo de Tecnologia Social bem sucedida é a Cisterna de Placas Pré-Moldadas, do programa Um Milhão de Cisternas, desenvolvido pela Articulação do Semi-Árido (ASA). "É uma solução construída a partir do conceito de Tecnologia Social que é, ao mesmo tempo, um método e um processo de construção coletiva e de mobilização das comunidades", explica Jacques Pena.

Segundo Janice Dias, da Petrobras, o prêmio abre oportunidades para que grupos e organizações busquem recursos de outros parceiros. "A premiação não é o fim, mas o início de um processo de reconhecimento das Tecnologias Sociais e respaldo para que outras instituições invistam nessas iniciativas", acredita. De acordo com Janice, a Petrobras busca projetos no Banco de Tecnologias Sociais e na Rede de Tecnologia Social para desenvolver um trabalho com mais expansão e escala.

"O nosso único mérito é reconhecer os méritos alheios e identificar soluções sociais criadas por diferentes comunidades em todo o país", finaliza Jacques Pena.


Por Priscilla Carvalho, da Fundação Banco do Brasil

FAPESP e Fapema assinam acordo

Agência FAPESP
6/2/2009

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A FAPESP e a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) firmaram, nesta quinta-feira (5/2), um convênio de cooperação científica e tecnológica com o objetivo de apoiar projetos de pesquisa e intercâmbio entre pesquisadores dos dois estados.

O documento foi assinado pelo presidente da FAPESP, Celso Lafer, e pelo presidente da Fapema, Sofiane Labidi. Participaram da cerimônia Ricardo Renzo Brentani, diretor-presidente, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, além de Sedi Hirano, membro do Conselho Superior da Fundação.

O edital para os projetos de pesquisa já está sendo elaborado e deverá ser divulgado em março. O convênio, com duração de cinco anos, prevê um aporte total de R$ 3 milhões, sendo que cada fundação investirá metade do valor.

“O convênio será voltado para algumas áreas prioritárias, como engenharia aeroespacial, tecnologia da informação e da comunicação, saúde e meio ambiente, nanotecnologia, biotecnologia, neurociência, biocombustíveis e agronegócio”, disse Labidi à Agência FAPESP.

O presidente da Fapema destacou que o convênio reforçará os diversos laços de cooperação existentes entre os dois estados. “O Maranhão mantém colaborações com São Paulo, principalmente na área aeroespacial, em Alcântara, além de outros intercâmbios nas áreas de saúde e neurociência”, disse.

De acordo com Lafer, faz parte do conjunto de atividades da FAPESP a tarefa de transmitir sua experiência de 46 anos para as fundações de fomento à pesquisa de outros estados. Segundo ele, o convênio cumpre essa função ao estreitar as relações entre as duas instituições, além de representar um impacto importante na formação de recursos humanos.

“Os Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo, publicação da FAPESP, apontam que entre 18% e 20% dos pesquisadores que recebem bolsas da Fundação posteriormente vão para outros estados. Isso mostra o efeito positivo e aglutinador da FAPESP na formação de recursos humanos em todo o país”, disse.

Brentani apontou que o convênio poderá também ter um papel importante no fortalecimento institucional da Fapema. “Com o convênio, estamos sinalizando que atribuímos uma grande importância à ciência e à tecnologia feitas no Maranhão e à continuidade das atividades da Fapema. Acredito que isso poderá ser mais um apoio para sua consolidação institucional”, disse.

Segundo Brito Cruz, o principal objetivo do convênio – criar condições para que os cientistas paulistas colaborem com os maranhenses – vai ao encontro das políticas da Fundação.

“Nossa política na FAPESP é fazer com que os cientistas de São Paulo cooperem com os melhores pesquisadores de outros lugares. Tem-se falado muito na necessidade de criar redes. O melhor modo de fazê-las é articular convênios como esse”, afirmou.

Hirano ressaltou que o convênio poderá ajudar a impulsionar vocações locais. “Parte importante da ciência é feita por agências nacionais e internacionais, mas os estados têm um papel importante, porque são capazes de estimular uma ciência voltada para interesses regionais, com algumas linhas de pesquisa muito específicas”, afirmou.

texto do convênio FAPESP-Fapema

Papa Bento 16 é doador de órgãos

O papa Bento 16 está inscrito há mais de uma década em uma associação de doadores de órgãos. A revelação foi feita em uma biografia do líder da Igreja Católica, chamada Bento XVI - O Guardião da Fé, de autoria de Andréa Tornielli.

O papa reprova a reprodução assistida com fecundação in vitro, o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas e é contrário ao uso de anticoncepcionais, inclusive da camisinha. Estes pontos de vista são passados aos fiéis e considerados como pecado.

Contudo, aparentemente Joseph Ratzinger não vê problemas na doação de órgãos. Ele falou pela primeira vez sobre o assunto em 1999, quando ainda não era papa. Seu cargo era o de prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, nome atual do histórico Santo Ofício da Inquisição.

Segundo o livro, lançado no Brasil pela Editora Record, "em 3 de fevereiro de 1999, Ratzinger 'confessou' publicamente, pela primeira vez, que estava inscrito em uma associação de doadores de órgãos.

"Por a disposição, espontaneamente, partes do próprio corpo para ajudar quem tenha necessidade é um gesto de grande amor", explicou.

"É lícito aderir, espontaneamente, e em plena consciência, à cultura dos transplantes e das doações de órgãos. De minha parte, posso dizer somente que já faz anos que eu me pus inteiramente em disponibilidade para doar, em face de uma eventualidade, os meus órgãos para quem se encontre em necessidade. Estou inscrito, faz anos, na associação, e trago sempre comigo este documento, no qual, além dos meus dados pessoais, está escrito que eu estou disponível, no caso de uma eventualidade, para oferecer os meus órgãos ajudando alguém que tenha necessidade: é um ato de amor, um ato de afeto gratuito, de disponibilidade."

Acesso a prontuário médico pelo celular começa a ser testado

Dados médicos à distância

A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, acaba de implantar um projeto-piloto para testar a viabilidade do uso do smartphone (celular com funcionalidades avançadas) na verificação de dados de prontuários médicos junto ao leito dos pacientes internados.

O projeto foi iniciado com a colaboração dos professores Ajith Kumar Sankarankutty e José Sebastião dos Santos, do Departamento de Cirurgia e Anatomia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Eles estão testando o software nas enfermarias do décimo andar do Hospital.

O objetivo é verificar a capacidade de alcance e de eficiência dos equipamentos de comunicação móvel como o telefone celular, que fazem conexão com os computadores do hospital por meio de uma rede sem fios.

Consulta de exames pelo celular

Segundo o diretor do CIA, Wilson Moraes Góes, "o objetivo é dar mobilidade aos médicos no acesso às informações dos pacientes, mas inicialmente o sistema se restringe a consultar exames dos respectivos pacientes".

Depois de demonstrada a eficiência do sistema os equipamentos poderão ser um recurso adicional ao uso dos microcomputadores que ficam instalados nos corredores das enfermarias e que são usados para que os médicos consultem os prontuários dos pacientes.

"Queremos viabilizar a consulta dos resultados na beira do leito, ou seja, o médico em contato direto com o paciente, com o celular na mão acessando os resultados dos exames", ressalta o diretor do CIA. "A meta é equipar todos os pontos estratégicos do hospital com a rede sem fios para que os médicos utilizem estes equipamentos móveis de comunicação, que não se restrinjam apenas aos telefones celulares".

Outros aparelhos portáteis

O sistema não necessita de conexão com a Internet e o planejamento prevê que os médicos possam utilizar o celular, palm top ou notebook.

A fase de testes terá prazo de um mês e, depois de aprovado, o sistema também vai necessitar de investimentos na expansão da rede sem fio que atualmente funciona apenas em alguns pontos isolados do Hospital.

Segundo Wilson Góes, poderá haver limitações relacionadas ao tamanho de duas polegadas do visor do celular. "Vai existir um cuidado de portar as informações para um novo formato, mais deficitário se comparado a um monitor de 17 ou 19 polegadas", observa.

Redução dos papéis no hospital

Um dos usuários do novo equipamento, o professor Ajith Kumar Sankarankutty, considerou excelente a possibilidade de acessar informações do prontuário médico do paciente pelo aparelho de comunicação móvel que utiliza a rede sem fio. "Esta tecnologia é excelente para facilidade de acesso às informações e inclusive reduzir a quantidade de papel que é usado no Hospital e deve economizar espaço em termos de arquivo médico", aponta.

Sankarankutty acrescenta que a tecnologia pode proporcionar mais segurança em razão da possibilidade de acesso à informação computadorizada junto ao leito do paciente. Segundo o professor, o projeto-piloto é um primeiro passo de um processo que prevê a introdução de todos os dados do prontuário eletrônico do paciente. Para José Sebastião Santos, o equipamento de comunicação móvel pode "agilizar a tomada de condutas, porque é um dispositivo que permite um acesso mais rápido às informações".

Sentimento da empatia é detectado no cérebro

Colocando-se no lugar do outro

É possível compartilhar a dor que você observa em outra pessoa, mas que você nunca experimentou em seu próprio corpo?

Neurocientistas dos Estados Unidos utilizaram as mais sofisticadas técnicas de imageamento cerebral para tentar descobrir a resposta a esta questão. Eles estavam interessados em encontrar os fundamentos do sentimento da empatia diretamente nos circuitos do cérebro.

E eles encontraram, demonstrando que as pessoas capazes de sentir empatia - um sentimento geralmente descrito como a capacidade de se colocar no lugar do outro - sentem de fato o que percebem nas outras pessoas.

Perspectiva do outro

As imagens dos cérebros dos participantes do estudo mostram padrões similares de atividade neuronal quando as pessoas sentem suas próprias emoções e quando elas observam estas emoções em outras pessoas.

O estudo sugere que uma pessoa que nunca experimentou de fato um sentimento específico visto no outro tem dificuldade em ter empatia por meio do mecanismo chamado "espelhamento," que usa a própria experiência anterior para avaliar o sentimento do outro.

Em vez disso, a pessoa que sente a empatia utiliza um processo chamado "tomada de perspectiva," de natureza altamente inferencial.

Pessoas com insensibilidade à dor

"Pacientes com insensibilidade congênita à dor oferecem uma oportunidade única para testar esse modelo de empatia, explorando como a falta de representação da dor em si mesmo pode influenciar a percepção da dor dos outros," explica o Dr. Nicolas Danziger, do Hospital Pitie-Salpetriere, em Paris (França).

O Dr. Danziger e seus colegas já haviam descoberto anteriormente que os pacientes com insensibilidade congênita à dor (CIP - Congenital Insensitivity to Pain) subestimam a dor das outras pessoas quando não lhes é dada informação emocional suficiente.

Ou seja, estas pessoas dependem inteiramente de sua capacidade de empatia para avaliar de forma mais completa a dor das outras pessoas.

Ativação cerebral

Neste estudo, os pesquisadores usaram imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) para comparar os padrões de ativação cerebral nos pacientes com CIP e em voluntários sem esta disfunção.

Foi pedido aos participantes que avaliassem o sentimento de uma pessoa em fotografias que mostravam expressões faciais de dor ou partes do corpo em situações que claramente estavam produzindo dor.

Os pacientes incapazes de sentir dor apresentaram uma menor ativação das regiões visuais do cérebro, um resultado que indica que a visão da dor dos outros desperta neles menos emoções.

Registro neurológico da empatia

Por outro lado, nos pacientes com CIP, mas não nos pacientes de controle, a capacidade para a empatia prevê com altíssima precisão a ativação das linhas centrais das estruturas cerebrais envolvidos nos processos ligados às suposições sobre o estado emocional das outras pessoas.

A ativação dessas estruturas centrais do cérebro, segundo os pesquisadores, é a assinatura do processo emocional-cognitivo acionado pela empatia. Como não possuem a experiência da dor arquivada em sua memória, os pacientes com CIP comprovam isso de forma inequívoca.

"Nossas descobertas destacam o papel essencial das estruturas centrais na tomada de perspectiva emocional e na capacidade de entender os sentimentos dos outros, mesmo sem qualquer experiência pessoal prévia desses sentimentos. É o desafio da empatia, frequentemente necessário durante as interações sociais humanas," diz o Dr. Danziger.

Cientistas criam cérebro robótico capaz de evoluir

Programar robôs da forma tradicional, como se faz um programa de computador, é uma tarefa repetitiva e exaustiva. Cada tarefa, cada passo e cada situação diferentes devem ser cuidadosamente previstos e transformados em comandos para que o robô consiga lidar com questões triviais do dia-a-dia.

Mas há alternativas, duas delas segmentadas de forma muito parecida com o que a ciência atualmente faz com o próprios seres humanos.

Aprendizados psicológico e biológico

A primeira delas é uma abordagem psicológica, por meio da qual se procura ensinar um robô, não tarefas específicas, mas como ele pode aprender por si só. O exemplo mais recente desta abordagem pode ser vista na reportagem Os robôs estão vindo. Será que estamos preparados?.

A segunda abordagem é a biológica, em que se procura fazer com que o robô evolua com o tempo, da mesma forma que os seres vivos evoluíram de organismos unicelulares até os primatas mais complexos de hoje. Este é o enfoque adotado pela equipe do professor Christopher MacLeod, da Universidade Robert Gordon, na Inglaterra.

Cérebro robótico capaz de evoluir

O que ele e sua equipe está desenvolvendo é um "cérebro de robô" - um programa de computador elaborado com base em conceitos de redes neurais e inteligência artificial - capaz de se adaptar a alterações físicas no corpo do próprio robô - como o acréscimo de um novo sensor ou de um nova garra manipuladora, de forma muito parecida com o que acontece quando acrescentamos um periférico ao nosso computador.

"Se nós queremos fazer robôs humanóides realmente complexos, com cada vez mais sensores e comportamentos mais complexos, é essencial que eles sejam capazes de crescer em complexidade ao longo do tempo - exatamente como as criaturas biológicas fizeram," explica MacLeod.

Os cientistas acreditam que o cérebro dos animais cresceu em complexidade com a adição de novos grupos de neurônios acima dos já existentes, fazendo a complexidade do cérebro crescer e tornando-os capazes de lidar com as novas situações e com as alterações físicas que eles sofreram ao longo do tempo.

Robô que evolui

O robô capaz de evoluir, que está sendo construído pelos pesquisadores, é controlado por uma rede neural, um programa de computador que replica a forma como o cérebro animal aprende. Isto permite que ele seja "treinado" para produzir as ações desejadas, sem que cada passo dessas ações precise ser previsto. O resultado é um robô que se torna capaz de lidar até mesmo com situações imprevistas.

A limitação é que esse processo de aprendizado é demorado - os animais levaram milhões de anos para percorrer essa trilha. Os cientistas então usam um algoritmo evolucionário, efetuando variações nos controles do robô e mensurando os melhores resultados, de forma a determinar quando o robô aprendeu a fazer determinada tarefa.

É o caso, por exemplo, de um robô humanóide, que precisa aprender a ficar de pé. O programa recebe as leituras dos sensores de equilíbrio e aciona os diversos motores, inicialmente de forma aleatória. A cada movimento que não dá certo, fazendo o robô cair, o algoritmo aprende e cria uma nova variação de movimentos para ser testada.

Genoma robótico

Como na natureza, essas variações são aleatórias, criadas a partir de diversos "genomas" para representar diversos padrões de comportamento e formas de agir. Os genomas que dão mais certo, adaptando o robô para lidar com a situação, vão sendo juntados para criar novos genomas mais "evoluídos", até se atingir o comportamento desejado.

O cérebro evolutivo para robôs começa funcionando com seis "neurônios". Ele foi capaz de fazer com que um robô bastante simples aprendesse a forma mais eficiente de percorrer uma determinada distância em 1.000 segundos.

Algoritmo evolucionário incremental

Os cientistas perceberam que os algoritmos evolucionários tradicionais alcançam rapidamente um limite e o robô para de aprender. Eles então desenvolveram um algoritmo evolucionário incremental, que fixa o aprendizado alcançado e parte para melhorias automaticamente.

O teste principal, contudo, ainda estava por vir. Os pesquisadores colocaram novas "pernas" no robô, o que fez com que ele se tornasse incapaz de cumprir sua tarefa de movimentação como fazia antes.

O algoritmo evolucionário incremental criou então novos "neurônios", que aprenderam a lidar com as novas pernas e refez o aprendizado de andar. A seguir, ele aprendeu novamente como cumprir a sua tarefa de percorrer a distância no prazo determinado.

Próteses inteligentes

O cérebro robótico também aprendeu como lidar com a visão. Quando o robô recebeu uma câmera, a rede neural criou novos neurônios que permitiram que ele aprendesse a seguir ou evitar a luz captada pela câmera.

As possibilidades de aplicação dos novos algoritmos evolucionários incrementais são inumeráveis, abarcando toda a área da robótica.

Os pesquisadores planejam utilizá-lo também no controle de novas próteses inteligentes, como pernas e braços robóticos.


Bibliografia:
Incremental growth in modular neural networks
Christopher MacLeod, Grant Maxwella, Sethuraman Muthuramana
Engineering Applications of Artificial Intelligence
Vol.: In Print
DOI: 10.1016/j.engappai.2008.11.002

Empresas ganham programa gratuito que avalia impacto das inovações tecnológicas

Thiago Romero
06/02/2009

Inova-Tec

A pesquisadora da área de Biossegurança da Embrapa Meio Ambiente, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária em Jaguariúna (SP), Katia de Jesus-Hitzschky desenvolveu um novo método que permite a avaliação dos impactos de inovações tecnológicas em diversas áreas do conhecimento. A ferramenta foi disponibilizada gratuitamente na internet.

Trata-se do software Inova-Tec, que fornece informações de acordo com critérios definidos em sete dimensões, entre as quais "ambiental", "social", "econômica" e "desenvolvimento institucional", nas quais os impactos da tecnologia podem ser percebidos e mensurados.

Indicadores de desempenho

Segundo Katia, em linhas gerais, o sistema permite a análise do cenário no qual a tecnologia será introduzida e também do desempenho da inovação propriamente dita, por meio da análise dos indicadores de impacto com base em diferentes pesos, que são índices numéricos utilizados para a medição do impacto.

"O método apresenta 61 indicadores mais gerais, que são inseridos no contexto das sete dimensões, além de o avaliador poder utilizar indicadores mais representativos da tecnologia que será avaliada, possibilitado uma avaliação caso a caso", disse ela à Agência FAPESP.

"Ele avalia o impacto real da introdução de uma tecnologia no mercado - como seu retorno financeiro, por exemplo - e também faz avaliações prospectivas de impactos potenciais", conta.

Modelos de negócio

Com isso, o pesquisador tem a possibilidade de monitorar quais são os indicadores que podem causar problemas em seus modelos de negócio e, consequentemente, tomar medidas específicas e focadas em cada dimensão.

"O software é bem inclusivo e mede o impacto de inovações em qualquer área do conhecimento. Ele já vem sendo utilizado na avaliação de programas e projetos da Embrapa", explicou a pesquisadora, destacando que um estudo de caso voltado ao setor florestal desenvolvido pela instituição de pesquisa, que utilizou o método, teve seus resultados publicados no Journal of Technology Management & Innovation.

Os resultados das avaliações pelo método são apresentados no formato de gráficos, tabelas, relatórios e por meio de uma matriz que fornece a recomendação para o melhor gerenciamento do impacto da inovação. "Quanto maior o número de indicadores que o pesquisador inserir no sistema, maior será o nível de refinamento dos resultados", disse Katia.

Estudos de mercado

Antes de criar o software, alguns estudos de mercado foram realizados. A pesquisadora - que para definir os 61 indicadores do software entrevistou economistas, sociólogos e ambientalistas, entre outros profissionais - verificou que muitas tecnologias falharam simplesmente porque não era o momento mais adequado para inseri-las no mercado.

"Uma das vantagens do método é que ele avalia o cenário de mercado no qual a tecnologia será inserida, de modo a mostrar que ainda que as dimensões social e ambiental estejam favoráveis, por exemplo, a econômica pode estar mal avaliada e por isso precisa de ajustes para a redução de seus impactos", disse.

Qualidade da tecnologia

O software permite ainda que, depois de consultar várias bases de dados na literatura de uma área do conhecimento, incluindo artigos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais, o pesquisador possa cruzar os dados no sistema e mensurar a qualidade de uma determinada tecnologia.

Segundo Katia, o sistema permite ainda um aprimoramento dos trabalhos científicos antes de eles serem apresentados às agências de fomento para a obtenção de financiamento. "Isso significa que o pesquisador pode avaliar seu trabalho antes da investigação mais refinada da agência, uma vez que o sistema fornece as recomendações de indicadores prioritários a serem melhorados", disse.

Pesquisador quer de volta carro exclusivamente a álcool

Paulo Roberto Andrade
05/02/2009

"Daqui a 10 anos, será possível colocar um etanol hipereficiente num carro com motor desenhado exclusivamente para etanol, que será produzido num canavial com sustentabilidade ambiental. Teremos um sistema sustentável numa cidade com baixa poluição".

A projeção é do professor Marcos Silveira Buckeridge, do Instituto de Biociências (IB) da USP, que coordena o recém-criado Instituto Nacional de Biotecnologia para o Bioetanol. O grupo reunirá pesquisadores de todo o País para estudar a produção de energia a partir de biomassa.

Depois da autossuficiência, a sustentabilidade

"O Brasil já possui autossuficiência energética, mas precisa caminhar para a sustentabilidade", ressalta o professor. Com um investimento inicial de R$ 7 milhões, o principal foco do Instituto é estudar a cana-de-açúcar.

Buckeridge explica que a partir da cana se produz o açúcar (sacarose), que então é transformado em etanol através da ação de leveduras.

"Quando se faz isso, sobra o bagaço e a palha que fica no campo. Esses dois resíduos contêm açúcares na forma de celulose. Um dos objetivos do nosso Instituto é transformar essa celulose em um tipo de açúcar acessível para a levedura transformá-lo em etanol, chamado etanol celulósico" explica o professor.

Bagaço para gerar eletricidade

Atualmente, o bagaço é queimado para produzir eletricidade para que a usina fique autossuficiente. A palha fica no campo, metade é aproveitada como adubo e o resto é desperdiçado. Outro foco do Instituto é estudar como a cana-de-açúcar responde ao gás carbônico elevado, verificando a fotossíntese, o crescimento e outras condições em diversas variedades de cana que serão melhoradas em laboratório.

Buckeridge explica que a produção existente hoje no Brasil está na chamada primeira geração de produção de etanol, na qual a partir da cana-de-açúcar produz-se sacarose e então etanol. No entanto, as pesquisas caminham para a segunda geração, em que novas variedades de cana, além da sacarose, produzirão mais bagaço e mais palha, ou seja, produzindo mais açúcar (energia).

O professor ressalta também os estudos rumo a uma terceira geração, em que fungos e enzimas melhoradas em laboratório completarão a digestão do bagaço e da palha da cana-de-açúcar. E por último, a quarta geração: a cana transformada geneticamente se auto-amolece, ou seja, amolece a própria celulose, e um fungo (também transformado) fará o trabalho de hidrólise de uma maneira mais eficiente. "Nosso objetivo é baixar o custo e aumentar a eficiência dos processos", diz o professor.

Pesquisa auto-organizada

O Instituto vem para organizar e agregar todas essas pesquisas num projeto maior e que produza resultados. Antes não havia uma conexão das pesquisas, mas cada pesquisador sabia o que o outro pesquisava e havia uma auto-organização.

"Em 2006 nós fizemos um levantamento e começamos a pensar num programa de integração, pois havia várias pesquisas correlacionadas. Então, em 2008, através de workshops, combinamos e conversamos rumo a uma integração dos laboratórios para a produção do etanol celulósico. Quando surgiu o Instituto de Biotecnologia os laboratórios já estavam interligados" conta Buckeridge.

Integração nacional

O Instituto conta com 29 laboratórios espalhados por seis estados brasileiros e que são divididos em quatro centros: Centro de Fisiologia Vegetal e Biologia Celular, que fará a fisiologia de diversas variedades de cana; o Centro de Caracterização de Enzimas e Engenharia de Processos, que estudará as leveduras, a fermentação dos açúcares, as proteínas e suas estruturas e também a composição da parede celular com o objetivo de melhorar o desempenho na quebra dos açúcares; o Centro de Expressão Gênica, que estudará dados para produzir novas variedades de plantas, modificadas geneticamente, que consigam digerir sua própria parede celular como se fosse um fruto e preparar o sistema para ser digerido pelos fungos; e o Centro de Prospecção de Fungos e Desenvolvimento de Hidrólise Ácida, que estudará fungos que produzem as enzimas de fermentação da biomassa.

"Além dos centros, temos um programa de pesquisa em Bioenergia, o Bioen-Fapesp [da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo], do qual eu sou um dos fundadores e que possui R$ 20 milhões em investimentos na área de biomassa. Já temos parte do genoma da cana-de-açúcar mapeado e temos um projeto para mapeá-lo por inteiro, assim como o genoma humano" observa o professor.

"Uma parte grande do Instituto é para divulgação, nós queremos explicar muito bem o que é pesquisa. Apesar de ligados ao governo, estamos abertos a outras fontes, inclusive privadas" conclui.

Custos dos biocombustíveis podem estar errados

Um estudo feito nos Estados Unidos destaca que substituir a gasolina ou o etanol de milho por etanol celulósico pode ser ainda melhor do que se imaginava para a saúde e o meio ambiente.

A pesquisa será publicada esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Etanol celulósico

A pesquisa indica que o etanol celulósico tem menos efeitos negativos sobre a saúde humana por emitir menores quantidades de matéria fina particulada - um componente especialmente danoso da poluição atmosférica.

Um estudo anterior havia mostrado que o etanol celulósico e outros biocombustíveis de última geração emitem também níveis mais baixos de gases de efeito estufa (veja Etanol de segunda geração é essencial à sustentabilidade dos biocombustíveis).

Além das mudanças climáticas

"Nosso trabalho destaca a necessidade de expandir o debate dos biocombustíveis para além das mudanças climáticas, a fim de incluir uma gama maior de efeito, como seus impactos na qualidade do ar", disse o autor principal do estudo, Jason Hill, professor do Instituto do Meio Ambiente da Universidade de Minnesota.

O estudo avalia o custo econômico do etanol celulósico, etanol de milho e gasolina para o meio ambiente e a saúde humana. Os cientistas concluíram que, dependendo dos materiais e tecnologias utilizados na produção, os custos do etanol celulósico para o meio ambiente e a saúde não chegam à metade dos custos da gasolina. Além disso, os custos do uso do etanol de milho variam: são no mínimo iguais aos da gasolina, podendo chegar até o dobro.

Impacto econômico dos biocombustíveis

Para quantificar o impacto econômico dos biocombustíveis sobre o meio ambiente, os cientistas fizeram uma estimativa monetária dos custos para mitigação dos efeitos das emissões de gases de efeito estufa relativas à queima dos biocombustíveis e a todo seu ciclo de produção. Os parâmetros usados para essa quantificação se basearam em estimativas independentes de custo de mitigação de carbono, preços do mercado de carbono e custo social do carbono.

Para medir o impacto econômico na saúde, foram utilizadas as médias das despesas do sistema de saúde norte-americano com os impactos da exposição ao material particulado sobre a saúde.

O custo total da gasolina para a saúde e o meio ambiente é de US$ 0,71 por galão. O custo de uma quantidade equivalente de etanol de milho varia entre US$ 0,72 e US$ 1,45, dependendo da tecnologia usada na produção. A mesma quantidade de etanol celulósico gera custos de US$ 0,19 a US$ 0,32, dependendo da tecnologia e do tipo de material celulósico empregado.

Custos pagos pelo consumidor

"Esses custos não são pagos pelos produtores, nem pelos vendedores de gasolina e etanol. São custos pagos pelos consumidores", disse o coautor Stephen Polasky, professor do Departamento de Economia Aplicada da Universidade de Minnesota.

Os autores observaram poluentes emitidos em todos os estágios do ciclo de vida dos três tipos de combustíveis, incluindo a fase de produção e consumo. Eles avaliaram três métodos de produção do etanol de milho e quatro métodos de produção do etanol celulósico.

Muito além dos escapamentos dos automóveis

"Para se entender as consequências do uso de biocombustíveis sobre a saúde e o meio ambiente, temos que olhar muito além do escapamento dos automóveis e acompanhar detalhadamente a produção desses biocombustíveis. Ficou evidente que as emissões liberadas na produção do biocombustível realmente importam", declarou Hill.

O estudo também indica que outras vantagens potenciais dos biocombustíveis celulósicos - como a redução da quantidade de fertilizantes e pesticidas despejados em rios e lagos - também podem significar benefícios econômicos adicionais da transição para uma nova geração de biocombustíveis.

Para conhecer outra pesquisa que aborda o custo dos biocombustíveis, veja Vento, água e sol superam biocombustíveis, energia nuclear e carvão.


Bibliografia:
Climate change and health costs of air emissions from biofuels and gasoline
Jason Hilla, Stephen Polaskya, Erik Nelsonc, David Tilmanb, Hong Huod, Lindsay Ludwige, James Neumanne, Haochi Zhenga, Diego Bontaa
Proceedings of the National Academy of Sciences
February 2, 2009
Vol.: Published online before print
DOI: 10.1073/pnas.0812835106

Fundação Carolina oferece 1.555 bolsas na Espanha

Universia

Oportunidades são para pós-graduação, doutorado e pesquisa

O programa de bolsas da Fundação Carolina está com inscrições abertas para o ano acadêmico 2009-2010. O prazo de inscrição para a maioria das oportunidades abertas termina no dia 1º de março. No entanto, há modalidades em que os prazos são diferentes. Confira nos links ao lado.

A iniciativa, criada pelo governo espanhol, oferece auxílio financeiro para que jovens graduados de países ibero-americanos realizem cursos de pós-graduação na Espanha. Nesta edição, são oferecidas 1.555 bolsas. Destas, 1.065 são para estudos de pós-graduação, 265 para doutorado ou pesquisas de curta duração e 225 para a formação permanente. Esta última modalidade é direcionada, exclusivamente, a profissionais latino-americanos e espanhóis.

Os benefícios econômicos variam de acordo com cada modalidade. Mas, em geral, as bolsas são parciais e não cobrem todas as despesas que os estudantes terão durante os cursos. Os interessados devem preencher o formulário eletrônico de inscrição na página da Fundação Carolina. O processo seletivo é composto por análise de currículo e entrevistas pessoais. As avaliações serão feitas por uma comissão julgadora, composta por integrantes da Fundação Carolina e das universidades que oferecem os cursos.

A Fundação Carolina é responsável por quatro grandes programas de estímulo à formação:

Energia Eólica: Governo vai colocar em consulta pública nota técnica nas próximas semanas

Documento vai contar com a sistemática do leilão previsto para ocorrer ainda este ano

Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, de São Salvador (TO)*, Negócios
05/02/2009

O governo vai colocar em consulta pública nas próximas semanas a nota técnica da sistemática do leilão de energia eólica. A informação é do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que participou nesta quinta-feira, 5 de fevereiro, da inauguração da hidrelétrica de São Salvador (TO-243 MW). Ele também acrescentou que a conexão dos empreendimentos deve seguir o modelo das ICGs adotado no certame da biomassa no ano passado. As regras definitivas devem ser publicadas ainda neste primeiro trimestre.

Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, confirmou a informação e acrescentou que os empreendimentos serão escolhidos pela qualidade do projeto. " Vamos Fazer um leilão para promover a competição então contrataremos quem tiver a melhor tecnologia, melhor sítio. Vai ser por menor preço", afirmou.

* O repórter Alexandre Canazio viajou a convite da GDF Suez

Governo estuda nova política para área nuclear

Resultado do grupo de trabalho pode abrir possibilidade de investimento privado em geração de energia termonuclear

Alexandre Canazio, da Agência CanalEnergia, de São Salvador (TO)*, Mercado Livre
05/02/2009

A participação do capital privado na exploração de empreendimentos de geração de energia termonucleares vai depender do grupo de trabalho interministerial montado pelo governo para estudar uma nova política nuclear brasileira, que não é restrita a energia, incluindo a Defesa. "Eles estão analisando o marco atual para saber como formatar um futuro marco para o setor", disse Marcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, após participar nesta quinta-feira, 5 de fevereiro, da inauguração da hidrelétrica de São Salvador (TO-243 MW).

O presidente mundial da GDF Suez, Gérard Mestraillet, manifestou ontem interesse em estudar a possibilidade de investir no segmento, caso o governo abra o setor para os investimentos privados. De acordo com Zimmermann, o trabalho do grupo não tem prazo para ser concluído.

* O repórter Alexandre Canazio viajou a convite da GDF Suez

PPA de usinas eólicas pode chegar a 20 anos, avalia especialista

Governo teria sinalizado que contrato para empreendimentos pode ser alterado para assegurar investimentos e reduzir custos segundo Pedro Perrelli, da ABEEólica

Fábio Couto, da Agência CanalEnergia, Negócios
05/02/2009

Um dos sinais que o governo teria emitido para os empreendedores eólicos é da adoção de contratos de energia com prazo de 20 anos, segundo avaliação do especialista Pedro Perrelli, da Associação Brasileira de Energia Eólica. Para ele, a medida, se considerada pelas autoridades energéticas, abre espaço para viabilização de investimentos e redução do custo do MWh produzido. Dados do mercado estimam que o custo médio da energia eólica é de R$ 200 por MWh.

Perrelli observa que o custo mais elevado da geração eólica no Brasil é decorrente da ausência de sinalização de uma política de longo prazo, com horizontes de contratação de energia. Segundo ele, a geração a óleo combustível e a óleo diesel tem custo de disponibilidade mais baixo, mas com eventuais reflexos para a modicidade tarifária quando são chamadas a despachar. O custo variável de uma eólica é zero, ressaltou.

Dados do Global Wind Energy Council utilizados pela associação indicam que o país encerrou 2008 com capacidade instalada de 341 MW. O país com a maior capacidade instalada, de acordo com o GWEC, são os Estados Unidos, com 25.170 MW. Perrelli observou ainda que a expansão da oferta eólica na matriz energética pode auxiliar na segurança energética. Como exemplo, o especialista comentou que a geração eólica no Nordeste pode assegurar o armazenamento dos reservatórios do complexo hidrelétrico de Paulo Afonso.

"Se a energia eólica for inserida na base, cada vez que um empreendimento entra em prioridade, há economia de água. É possível armazenar vento em forma de água", disse. Ainda de acordo com Perrelli, outra conseqüência será o resgate da plurianualidade dos reservatórios das hidrelétricas, que se perdeu diante da expansão do mercado e da entrada de usinas a fio d'água.

MPF realiza audiência pública sobre PDE 2008-2017

Audiência pública acontecerá no dia 18 de fevereiro no auditório da Procuradoria Geral da República, em Brasília

Da Agência CanalEnergia, Expansão
04/02/2009


O Ministério Público Federal vai realizar no próximo dia 18 de fevereiro uma audiência pública sobre o Plano Decenal de Energia 2008-2017. Com quase 800 páginas, o plano demanda a análise de diversas questões técnicas como os impactos ambientais em unidades de conservação devido à construção de usinas hidrelétricas.

Participarão da audiência a coordenadora da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (CCR), Sandra Cureau, a coordenadora da 6ª Câmara, Deborah Duprat, o grupo de trabalho da 4ª CCR Licenciamento Ambiental de Grandes Empreendimentos, organizações da sociedade civil e especialistas, como o professor Célio Bermann, da Universidade de São Paulo. O evento vai ocorrer no auditório JK da Procuradoria Geral da República, em Brasília, das 13:30 horas às 18:30 horas.

USP entre as 100 mais

Agência FAPESP – A Universidade de São Paulo (USP) foi considerada a 87ª melhor universidade do mundo pelo ranking Webometrics. Das 500 instituições citadas, a USP, que registrou o crescimento de 26 posições em relação à lista divulgada em julho de 2008, está classificada em primeiro lugar dentre as universidades brasileiras.

A metodologia do ranking considera as análises quantitativas de conteúdos disponibilizados na web, especialmente aqueles relacionados a processos de geração e comunicação acadêmica de conhecimento científico, avaliando as atividades científicas, o desempenho e o impacto.

As dez primeira posições no Webometrics são ocupadas por instituições dos Estados Unidos. São, pela ordem: Instituto de Tecnologia de Massachusetts e as universidades Stanford, Harvard, Califórnia em Berkeley, Cornell e Michigan, o Instituto de Tecnologia da Califórnia, e as universidades de Minnesota, Illinois e Texas.

Dos países latino-americanos a Universidade Autônoma do México ficou em primeiro, em 44º na lista geral. Depois da USP, entre as 300 maiores do mundo, vem a Unicamp (159º), a Universidade do Chile (234º), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (285º) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (299º).

A USP também aumentou em dez postos a sua colocação entre os 300 repositórios mais pesquisados no mundo. A segunda edição do o Ranking Web of World Repositories coloca a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP na 76ª posição.

Ambas as pesquisas, iniciativas do Cybermetrics Lab, grupo de pesquisa pertencente ao Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC), órgão espanhol de pesquisa pública, são divulgadas duas vezes por ano, em julho e em janeiro. Mais de 16 mil instituições de ensino superior pelo mundo foram analisadas.

Ano da química

Agência FAPESP – A Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o ano de 2011 como o Ano Internacional da Química. A proposta aprovada havia sido encaminhada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) pela delegação da Etiópia, com o patrocínio de 35 países.

O evento será organizado pela Iupac e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em comunicado oficial, as duas instituições destacam que o Ano Internacional da Química permitirá celebrar as contribuições da química para o bem-estar da humanidade.

No ano 2011, comemora-se o 100º aniversário do Prêmio Nobel em Química para Marie Sklodowska Curie, o que, de acordo com os organizadores, motivará também uma celebração pela contribuição das mulheres à ciência.

De acordo com os organizadores, “a química é fundamental para a nossa compreensão do mundo e do cosmos. As transformações moleculares são centrais para a produção de alimentos, medicina, combustíveis e inúmeros produtos manufaturados e naturais”.

A programação do Ano Internacional da Química também será inserida nas atividades da Década da Educação e do Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), estabelecida pela ONU. Assim, as atividades programadas para 2011 darão ênfase à importância da química para os recursos naturais sustentáveis.

Mais informações: www.unesco.org/science